Entramos no QG da Ford e revelamos todos os detalhes da geração global do novo Eco, que estreia em junho
Faróis e grade do novo EcoSport foram inspirados no Ford Territory australiano
O ano começou agitado na
Ford. Logo no dia 4 de janeiro, a marca reuniu a imprensa em Brasília (DF) para apresentar sua grande atração de 2012: a geração global do
EcoSport. A data não foi escolhida à toa, pois coincidia com a primeira aparição pública do modelo, no Salão de Nova Délhi, na Índia, onde o jipinho também será vendido em breve. Menos de uma semana depois, numa manhã chuvosa, era nossa vez de conhecer o
Eco mais intimamente. E agora revelamos todos os detalhes que a Ford não contou na coletiva.
Mesmo depois de apresentado ao mundo, o protótipo do
Eco está guardado a sete chaves. Nosso encontro ocorreu numa ala da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde o modelo estava coberto por três capas no momento em que chegamos. Ao retirar as coberturas, a surpresa. Eu já havia visto o jipinho em fotos, mas ao vivo a impressão é ainda melhor. E olha que estamos diante da versão final, basicamente. “Apenas os faróis terão desenho interno mais simples, sem o uso de leds como no conceito”, afirma João Marcos Ramos, designer-chefe do estúdio brasileiro da Ford. Em relação ao modelo que deixa de ser produzido em fevereiro, o novo
EcoSport chama atenção pelo aspecto bem mais agressivo. A dianteira com o “bocão” de filetes cromados e os faróis estreitos chega a lembrar a do
Land Rover Range Rover Evoque. Também se destacam as laterais com “ombros” bem definidos e a coluna traseira preta, que faz o vidro lateral parecer integrado ao traseiro.
O novo Eco parece maior nas fotos do que realmente é. Na fita métrica, o conceito revelou medidas próximas às do modelo original
Aliás, a coluna “oculta” é um recurso que faz ligação com a primeira geração do jipinho, assim como o estepe na tampa traseira, que gerou polêmica durante o projeto. O chefe global de design do grupo Ford, J. Mays, defendia que o pneu sobressalente exposto era uma solução antiquada, mas a voz do povo venceu a disputa: o estepe externo foi mantido depois que as clínicas com consumidores brasileiros apontaram que o item era fundamental para dar “identidade off-road” ao carro. Por falar em clínicas, o designer Marcos Ramos revela que o
EcoSport foi o modelo mais bem avaliado da história da Ford nesse tipo de pesquisa com potenciais clientes. Sem dúvida, um motivo de orgulho para os 83 designers do estúdio de Camaçari (BA). A fábrica baiana, inclusive, terá a primazia de produzir o novo
EcoSport, antes do restante do mundo.
Luz de ré do conceito é única e fica em posição baixa
Ainda sobre a questão do estepe, como ficou a segurança nos crash tests? Segundo a Ford, o
Eco global atende a todos os requisitos dos testes de impacto internacionais, ou seja, a marca garante que o estepe saliente não será problema em caso de colisão traseira. E a segurança do modelo também virá dos novos equipamentos: assim como o
New Fiesta, do qual herda a plataforma, o
EcoSport terá freios ABS e até sete airbags nas versões mais caras, sem falar do ESP. Outro recurso vindo do
New Fiesta será o sistema Sync de entretenimento, que “conversa” com celulares e traz entrada para iPod.
O mocape dessas fotos ainda não tem interior – é um modelo feito de uma espécie de isopor industrial, bastante rígido. Mas espere algo na linha do
B-Max europeu, a versão minivan do
New Fiesta, tanto no painel quanto no desenho das laterais de portas. “O painel traz elementos do
Fiesta, mas tem personalidade própria”, antecipa Ramos. Outro cuidado especial do projeto se refere ao acabamento, o principal ponto fraco da primeira geração do
Eco. “A qualidade de construção dará um grande salto”, diz outra fonte da marca.
Faróis terão parte interna mais simples, sem os leds do protótipo das fotos
A Ford não revelou nada sobre dimensões, mas aproveitamos a sessão de fotos para, discretamente, tirar as medidas do novo
Eco. E o que constatamos foi que o porte em geral será muito próximo ao do modelo anterior: o entre-eixos manteve os 2,49 m, enquanto a largura aumentou para 1,75 m (contra 1,73 m) e a altura baixou de 1,68 m para 1,65 m (com rack), o que evidencia o aspecto mais esportivo da nova geração. Curiosamente, o comprimento também se revelou menor (4,17 m contra 4,23 m), mas pode ser que o protótipo não tenha exatamente a mesma proporção do carro de produção. Portanto, é algo que vamos ter de esperar para confirmar na ocasião do lançamento. O que podemos adiantar é que as rodas do conceito são aro 17, com pneus Michelin 205/55 R17.
Abertura do porta-malas fica embutida na lanterna. Tampa manterá abertura lateral para a esquerda
O lançamento está previsto para junho, logo após o da nova
Ranger, marcado para maio. O jipinho chegará com motores flex 1.6 16V Sigma (115 cv) e 2.0 16V Duratec (148 cv) – o propulsor 1.0 Ecoboost, que será usado em alguns mercados, sofreria aqui com a má impressão deixada pelo 1.0 Supercharger dos primeiros
EcoSport, conta um informante da Ford. As versões de acabamento são conhecidas: XLS (1.6) e XLT (1.6 e 2.0), além da 4WD, com tração integral. Diferentemente dos modelos de tração dianteira (com suspensão por eixo de torção na traseira), os 4x4 terão suspensão multibraço atrás. As versões automáticas (somente 2.0) deverão usar o mesmo câmbio de quatro marchas do modelo atual, pois a Ford ainda não teve tempo de desenvolver a transmissão Powershift de seis velocidades e dupla embreagem para o novo EcoSport brasileiro.
Interior seguirá o conceito do B-Max (foto), versão minivan do Fiesta na Europa
Ainda é cedo para falar sobre preços, mas pesquisas com concessionários e fontes ligadas à Ford indicam valores a partir de R$ 55 mil, logo acima da versão completa do
New Fiesta – e mais caro que o principal concorrente,
Renault Duster. Já o Eco topo de linha deve beirar os R$ 80 mil, entrando na briga com rivais importados como
Honda CR-V,
Hyundai ix35 e
Kia Sportage. Se depender do design e da promessa de construção esmerada, o novo
EcoSport tem tudo para seguir a trilha de sucesso do antecessor. É só não salgar demais a conta
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